Por onde andas tu?
Que trilhos percorrem os teus passos,
que dás tão longe dos meus ....
Por onde andas, tu?
Que perturbas o meu pensamento
E flagelas a minha fraqueza....
um dia, num qualquer dia,
sempre todos os dias.
Sei que me desejas e procuras o meu olhar.
um livro sem qualquer título escondido,
negando-me...
Sei que sou eu,
quem desejas que te segure na mão.
Sentes-te segura perto de mim....
Mas não sou eu quem te conhece na intimidade.
Não te entendo...
custas-me entender-te.
mas sei que Sou eu
Quem vê ondular os teus cabelos
quando feita criança, os soltas ao vento...
e nos meus sonhos, quem sabe nos teus,
acordo e vivo verdadeiramente.
Por mim
chegou o momento,
novamente, o mesmo momento.
Igual a outros tantos semelhantes já vividos.
De encerrar a leitura, deste livro já gasto.
que em poemas e lembranças esquecidas,
teimas em guardar num velho baú.
Tu sabes bem,
que não gosto de capítulos incompletos
de historias mal contadas,
e a paginas tantas,
rasgas-me do final.
Quero porem que saibas,
que fostes o meu livro preferido,
Não aquele que se guarda na prateleira,
mas o outro...
aquele cuja historia
somos nós a escrever...
Dizes-me ser uma folha solta,
daquelas que toda a gente ignora
por se encontrar sozinha e deambulante,
Como as folhas de outono, deitadas numa avenida.
São tão autenticas e únicas essas folhas,
Em que te procuras e te embalas pelo vento.
À descoberta de mim.
Um simples gesto, de boa vontade,
em apanhar do chão, essas folhas
e erguendo de ti esse desejo,
não resistas em me colocar num livro
que te pertença,
Não como adenda, mas como um final feliz.
Dizes que sou só eu,
quem te consigo ler
nas linhas,
e nas entrelinhas.
Nos espaços em branco que é onde te escondes
e guardas os teus segredos.
Mais que as letras e os parágrafos impressos.
Em silencio, dizes-me tanto,
e eu olho-te
enquanto me folheias as ideias.
Fostes uma pequena parte de mim.
Uma breve nota de rodapé, um terno parágrafo.
Do que fui, e do que me tornei,
porque embora me tentes esquecer
como eu a ti,
também sei que apenas adormecido
vivo em ti.
Escrito por
Henrique Rocha Almeida
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