Vem cá... dancemos encostados
numa mistura de cheiros doces
apetece-me o cheiro da tua pele
não sei se danço se voo...
sinto os movimentos lentos do teu corpo
e os teus braços num apertar suave
enrosco-me no teu abraço
mandei-te o recado das saudades
porque me fazias falta
Sinto a proximidade dos teus lábios
e descanso a cabeça no teu ombro
enquanto a música me escorre pela pele
e beijo-te as pálpebras na ternura das palavras
que não digo
mas que adivinhas
depois deslizo e aninho-me no teu pescoço
na espera do falar das pontas dos teus dedos
que me dizem que me sentes... e eu sinto-te...
Sabes-me a mel
e a cerejas trincadas na ponta dos nossos lábios
colados...
sinto-lhes o sabor
sinto a frescura do suco do voo da tua alma em mim
no sorriso que me vem de ti
e o ar em meu redor passa a ser a tua pele
e a luz que me chega do candeeiro o teu odor
e a saliva que revolvo sem destino
o poema onde te chamo amor...
e caminho na tua pele
no vagar de quem sente a saliva no escorrer dos lábios
que te amam as palavras e os beijos
e inspiro
como se o som das palavras que não dizes fossem o meu respirar
respira-me também
por momentose ouvir-me-ás chamar-te amor
e cada momento de silêncio
é o toque mais doce que alguma vez senti...
e é magia...
porque sou em ti e estou contigo...
porque em ti tenho espaço e chão
e sinto no coração o correr de um rio sem sobressaltos e sem marés
porque te amo numa paz que me semeia na alma o sorrir que te
quero dar...
porque somos um poema a dois
num ritmo cadenciado e num respirar de sílabas
que se cruzam numa rima branca que nos leva à melodia
e nos deixa dançar livremente...
dá-me esse beijo!
e a distância desapareceu
porque não tinha mais espaço entre nós...
e mergulho em ti em cada uma das gotas que bebes de mim...
dissolvo-me na essência que te percorre o corpo
e na cadência do nascer das estrelas
nesta madrugada em que conseguimos o entrelaçar das almas
e não quero voltar a ser só!
"Vive como se fosses morrer amanhã. Aprende como se fosses viver para sempre." Henrique Rocha Almeida
domingo, 15 de março de 2009
terça-feira, 3 de março de 2009
Sempre...para sempre
O dia hoje terminou, como sempre são todos
os dias,
Menos hoje….
Hoje, os teus olhos adormeceram para
sempre!
A tua voz silenciou-se, silenciando da
mesma forma o meu grito feito murmúrio, prescrito num sofrimento que alimento
no peito, que de tão forte e intenso não se silenciará jamais. Perdoa-me, sei
que vou contra a tua vontade. Nunca gostastes de me ver chorar, tudo fizestes
para não me veres chorar.
Mas hoje, a partir de hoje….Neste dia
qualquer, todos os dias, haverei sempre de chorar -te.
Pelo teu afeto, pelo teu sorriso, pela tua
voz, pelas brincadeiras que tivemos e que não teremos mais.
A tua ausência perturba-me. O teu eterno silêncio
inquieta-me a ponto de desejar que tivesse eu partido primeiro para não ter que
suportar a dor da tua ausência.
Sei porque partistes. Mas não acredito
ainda, mesmo apos estes dias todos. Partes de mim um pouco todos os dias,
esfarrapas-me a alma em tiras de sofrimento. Não queria que fosse assim, nem
hoje nem amanhã, nem nunca. Sei que, Deus também te ama, menos como eu te amo...
Era fácil gostar de ti….Mais difícil foi perder-te….
Tudo o que peço é que em Paz, possas de
novo sorrir e ao chegar o dia, o meu dia, possa novamente ouvir a tua voz,
sentir o teu abraço, o calor das tuas mãos, e ao olhar no fundo dos teus olhos
possa ver a eternidade do nosso amor… com a mesma imortalidade com que eu vou adorar-te
sempre…
O dia hoje terminou, como sempre são todos os dias.
Menos hoje….
A partir de hoje começo a sonhar.
Escrito por
Henrique Rocha Almeida
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